Semana
12: Trazer o Calor da Torá aos
Lugares Mais Frios
Na
décima segunda semana é a vez do corvo declarar no Perek Shirá que é D’us
quem provê a presa quando seus filhotes vagam em busca de alimento (Jó 38:41).
Esta semana inclui o dia 19 de Kislev, Rosh Hashaná da Chassidut, o dia em que o Alter
Rebbe de Lubavitch foi libertado da prisão e o yahrzeit do Magid de
Mezeritch, seu mestre.
A conexão do canto desta semana com o dia 19 de Kislev
é a de que a Chassidut tem o poder de elevar até mesmo aquele
que está mais distanciado de D’us.
O corvo foi literalmente expulso da Arca de Noé. Ademais, o corvo é conhecido
pela sua crueldade e indiferença. Contudo, até mesmo o corvo se redime,
conforme demonstrado na história do profeta Eliyahu. D’us
determinou aos corvos, animal que não alimenta seus próprios filhos, para que
trouxessem à Eliyahu comida, e assim foi.[1]
No Pirkê Avot,
Rabi Tarfón nos faz recordar como “o dia é curto, o trabalho é demasiado, os
trabalhadores são preguiçosos, a recompensa é grande, e o Dono insiste” (Cap. II:15).
Ele também costumava dizer: “Não estás incumbido de completar o trabalho, porém
não estás livre para desistir dele; se estudaste muita Torá, te darão muita recompensa; e teu Patrão é confiável em te
pagar a retribuição de teu labor; porém saiba que a entrega da recompensa aos
justos será no Mundo Vindouro (Cap. II:16)”
Note-se
a conexão entre o Ano Novo da Chassidut e o ensinamento do Rabi Tarfón. A Chassidut disseminada pelo Chabad trouxe calor e amor pelo judaísmo
no lugar mais frio do ser humano – o intelecto. Geograficamente, a capital
do "judaísmo intelectual" era Vilna, na Lituânia.Para lá o Alter
Rebbe foi enviado. Mesmo sendo acusado falsamente de traição pelos
inimigos do chassidismo e
sujeito à pena de morte, com a ajuda de D’us, o Alter Rebbe saiu vitorioso. Depois
de ser libertado, o Rebbe decidiu revelar
muito além do que já havia sido disseminado do chassidismo até então. A Chassidut acendeu um
fogo interior para acordar aqueles “trabalhadores”
que estavam deprimidos e adormecidos.[2]
Foi como um despertador, um alerta espiritual: o tempo é curto; agora é chegada
a hora de servir a D’us!
Nessa semana a
combinação das sefirot resulta em hod shebeguevurá. Nos
inspiramos no Alter Rebbe, que teve a terrível experiência de ter sido
aprisionado, mas com guevurá
revelou segredos ocultos da Torá através dos ensinamentos chassídicos do
Chabad.
Uma lição
que obtemos desta semana é a de que até o corvo e seus filhotes reconhecem a
Majestade divina e a importância de suplicar qualquer pedido diretamente a D’us.[3]
Portanto, devemos nos inspirar no exemplo do canto
do corvo que tem a certeza de que não está só, pois D’us está sempre presente.
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