Semana
21: Manter a Perspectiva
A vigésima
primeira semana, logo após Tu B’Shvat, é a do yahrzeit
da Rebbetzin Chaya Mushka, esposa do Rebbe, no dia 22 de Shvat. No Perek Shirá a
mosca faz sua investida quando o Povo
Judeu não está se ocupando da Torá. A canção da mosca diz, “Como a grama, toda a vida se parece,
e como a flor do campo, toda sua força; fenece a grama, murcha-se a flor... mas
a palavra do Eterno, nosso D’us perpetuamente subsistirá. (Isaías 40:6-8 e
57:19).
Após Tu B’Shvat, onde é enfatizada a importância das árvores, a mosca nos
vem recordar que a natureza e a vida, cheias de beleza, deleite e significância, são
passageiras. A natureza é um reflexo do Criador, mas em última análise, somente
o Criador e aquelas coisas indelevelmente ligadas a Ele, como a Torá, são eternos.
A mosca nos faz
lembrar da história bíblica da mulher sunamita. Ela e
seu marido prepararam em sua casa um quarto especialmente para hospedar o profeta
Elishá. O Zohar explica que ela
entendeu a grandeza do profeta ao perceber que nenhuma mosca pousava na mesa em
que ele fazia as refeições. Interessante notar que a mosca não perturba
o tzadikim. Talvez isso explique porque só sabemos da canção que
a mosca canta quando não estamos
estudando Torá. Quando estudamos Torá de verdade somos todos tzadikim – as moscas não se aproximam,
então, não temos como saber o que estão cantando.
As
características da mulher sunamita se expressam também na vida da Rebbetzin
Chaya Mushka. Quando indagada pelo profeta se lhe faltava algo, a mulher
sunamita, que não tinha filhos, respondeu que não, “vivo junto do meu povo”. A
Rebbetzin também não tinha filhos, considerava todo o seu “povo”, os chassidim, como filhos. A Rebbetzin era
conhecida por sua grande bondade, hospitalidade, e modéstia. Ela foi a melhor e
maior companheira do Rebbe, por toda sua vida.
Na semana logo
após Tu B’Shvat, o Pirkê Avot nos ensina através da lição do Rabi
Yaacov que “todo que anda pelo caminho e estuda Torá, e interrompe seu estudo e observa – quão bela é esta árvore!
Quão belo campo é esse campo arado!”, é considerado pelas Escrituras como se se
tivesse posto sua vida em perigo (Cap. III:7). A lição do Rabi Yaacov é
extremamente parecida com a mensagem contida no verso da mosca: temos que
continuar nosso caminho principal, que é de avançar no nosso aprendizado da Torá. A palavra eterna do Criador nunca deve ser preterida em razão de
assuntos passageiros.
Nesta semana a
combinação das sefirot resulta em malchut shebetiferet, ou seja,
a realeza da beleza. Malchut é uma sefirá feminina. A maior beleza feminina
é a beleza interior, que é duradoura. A lição que tiramos da mosca nesta
semana é a de que quase tudo é temporário. No entanto, D’us e sua Torá são
eternos. Por isso, devemos buscar uma conexão ainda mais forte com D’us, sempre falando com Ele
diretamente, sem precisar de intermediários. A cura vem sempre Dele, e só os
caminhos da Torá nos trazem a
verdadeira paz e satisfação.
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