Semana 51:
Compreender Que Somos Todos Uma Só Alma
E na quinquagésima primeira semana, ainda no mês de
Elul, é a ratazana (chuldá)
quem clama para que todos os seres vivos louvem ao Eterno: Haleluiá!! (Salmo
150:6). Esta é uma referência ao poder de arrependimento ligado ao mês de Elul. Outrossim, é notório que na era
messiânica todos os seres, mesmo os mais baixos, irão
abertamente louvar a D’us. Interessante notar que, em certos anos, parte da
semana cinquenta e um também coincide
com a semana de Rosh HaShaná, semana
um, do próximo ano. Rosh Hashaná está
conectado com o conceito de todo ser vivo louvar a D’us.
Chuldá é o nome de uma das sete mulheres profetizas mencionadas no Tanach. Ela foi a última a profetizar
antes do exílio Babilônico, sobre a queda da dinastia do Rei David. A dinastia
havia sido extremamente corrompida, e a profecia de Chuldá é muito forte e incriminadora. A origem etimológica da
palvara chuldá vem de chaled, cuja expressão em
hebraico significa terra decadente.
A ratazana representa corrupção e decadência, tanto na civilização,
como na natureza. O que é tão bonito no canto da
ratazana é a descrição da redenção e como
se redimir deste estado decadente. Como explicado na semana sete, Noé se isolou
dos demais e não rezou por eles. Por este motivo, foi parcialmente tido como culpado
pelo Dilúvio por D’us. Antes o mundo foi
destruido como uma só entidade,mas no futuro cantaremos todos juntos, nos
responsabilizando uns pelos outros, e louvando a D’us de forma unida.
No cântico da
ratazana, a palavra para ser vivo é neshamá,
que literalmente significa alma.
Neste verso, a palavra está no singular, quando em hebraico seria mais
apropriado dizê-la na forma plural. A explicação para isto é simples: todos nós
somos no fundo uma única alma, parte e fragmento de D’us. O cântico da ratazana
pode ser interpretado como o louvor a D’us por parte de todos os seres em
unicidade, sem exceção.
No Pirkê Avot desta semana Rabi Yossi benYehudá,
proveniente da Babilônia, dizia que quem aprender a Lei Divina com homens novos
é como se comesse uvas verdes e bebesse vinho saído do lagar; porém os que
aprendem com mestres idosos, é como se comessem uvas maduras e bebessem vinho
velho (Cap. IV:20).
A afirmativa de
Rabi Yossi compara o aprendizado das idéias extraídas da Torá com o vinho. Este cotejo está relacionado com a sefirá de biná, a sefirá intelectual desta semana. Depois de “acesa a lâmpada” da chochmá da semana anterior, o conceito é
digerido intelectualmente, até ser devidamente absorvido, como na fermentação
do vinho.
Como mencionado, esta semana está conectada à “Shavuot”. O “presente” de autoaprimoramento
que aprendemos com a ratazana é o de que qualquer pessoa pode se conectar
diretamente com D’us. Isto ocorre de forma natural, sem necessidade de
intermediários; assim como a própria respiração.
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