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Weekly Cycle



Sunday, November 1, 2009

Semana 8: Não Esquecer o Lado Espiritual


Semana 8: Não Esquecer o Lado Espiritual

Na oitava semana do ano, quase no final do mês de Cheshvan, o pássaro veloz canta seu reconhecimento de que toda ajuda vem de D’us, Criador da Terra e dos Céus (Salmo  102:2).
A medida que vamos adentrando no mês de Cheshvan, sentimos que estamos cada vez mais mergulhados  no “dilúvio” de preocupações e obrigações mundanas. Consequentemente, precisamos da ajuda de D’us para não perder de vista a importância da espiritualidade.

Nesta semana, o ensinamento do Pirkê Avot correspondente está nas palavras do Rabi Yehoshúa, que leciona sobre o pecado: “O olho mau, a má inclinação e o ódio arrebatam o homem do mundo” (Cap. II:11). Rabi Yehoshúa ensina que o pecado pode nos tirar deste mundo. Contudo, o verso também tem um sentido positivo: o pecador que se arrepende verdadeiramente alcança patamares muito acima deste mundo físico.
Existe uma grande conexão entre o Pirkê Avot com o mês de Cheshvan extraída do ensinamento do Rabi Yehoshúa. A inundação foi causada porque a má inclinação e o ódio ao próximo imperavam nessa época. A Torá nos ensina que havia também muito roubo, ato ligado ao olho mau e desejo do que não lhe pertence. As pessoas da época ficaram tão materialistas que menosprezaram o lado ético e espiritual.
A combinação das sefirot nesses dias resulta em chesed shebeguevurá. O dilúvio começou aos poucos, dando às pessoas ampla oportunidade de arrependimento, mesmo depois da chuva ter começado.[1] A verdade é que o dilúvio não foi de todo ruim pois serviu para purificar o mundo e propiciou um recomeço.
Nesta semana em que até o pássaro veloz está consciente da bondade e justiça da onipotência divina, devemos nos esforçar para seguir este exemplo, e a Ele nos dirigir sempre. Aprendemos com o pássaro veloz que necessitamos de D’us em tudo e para tudo. Assim, se estivermos nos sentindo sós e desamparados, devemos seguir o exemplo desse pássaro e rezar a D’us por ajuda.



[1] Gênesis 7:12, Rashi

Sunday, October 25, 2009

Semana 9: Agir Corretamente, Combatendo a Escuridão com Luz


Semana 9: Agir Corretamente, Combatendo a Escuridão com Luz 

            Na nona semana a petrel no Perek Shirá anuncia que a luz é semeada para o justo, e alegria para os de coração reto (Salmo 97:11). Em alguns anos esta semana cai inteiramente no mês de Cheshvan, enquanto que em outros , inclui Rosh Chodesh Kislev, mês de Hanuká. O verso da petrel fala de luz, sementes e proteção aos justos, conceitos basicos de Hanuká, também conhecida como “Festa das Luzes.” Milagrosamente, D’us fez com que os Macabeus, guerreiros justos da semente de Aarão, vencessem os gregos, o maior império da época. Nos anos em que Kislev não começa nesta semana, ocorre uma festa antiga celebrada pelos Macabeus no dia 23 de Cheshvan.    
No Pirkê Avot, Rabi Yossi diz: “Que o dinheiro do teu próximo seja tão precioso para ti como se fosse o teu próprio [dinheiro]; prepara-te para o estudo da TorḠpois não chega a ti através de herança; e que todas tuas ações sejam por amor ao Céu” (Cap. II:12). Este ensinamento está relacionado com Hanuká. Os gregos admiravam a Torá como filosofia e seus conceitos éticos sobre questões financeiras, por exemplo. Contudo,  tentaram extinguir o relacionamento amoroso do Povo Judeu com D’us, proibindo a observância dos preceitos religiosos da Torá. Cabe ressaltar que o Rabi Yossi era um kohen, sacerdote, tal qual os Macabeus.
A combinação das sefirot desta semana resulta em guevurá shebeguevurá. Note-se que para os seguidores da filosofia Lubavitch, a conexão de Rosh Chodesh Kislev com guevurá shebeguevurá é clara. Em primeiro lugar, foi nesta época que o Rebbe sobreviveu a um ataque de coração. Com força e coragem, dignas de grande exemplo, miraculosamente retornou a sua casa em Rosh Chodesh Kislev. De outra parte, com muita tristeza, Rosh Chodesh Kislev marca o dia em que emissários do Chabad em Mumbai, na Índia, foram assassinados. Ao invés de desistir desta missão, o Chabad mandou novos emissários.
A petrel ensina que o mais importante para obtenção da felicidade é ser uma pessoa boa, honesta e justa. Rabi Nachman de Breslev leciona que é fundamental reconhecer tais qualidades, no próximo e em nós, focalizando sempre no aspecto positivo.[1]



[1] Likutei Moharan I:282

Sunday, October 18, 2009

Semana 10: Confiar na Piedade de D’us


Semana 10: Confiar na Piedade de D’us

Na décima semana o morcego reitera as palavras de D’us, pedindo para Seu povo ser confortado (Isaías 40:1). Entramos definitivamente no mês de Kislev, representado pela tribo de Benjamin. Benjamin é conhecido pela sua grande capacidade de preservar a herança judaica para futuras gerações e por seu auto-sacrifício.[1] O morcego é um animal ligado a este mês, no qual as noites são longas e frias nos países do hemisfério norte.  Este animal tem a capacidade de enxergar até mesmo no escuro. O morcego diz que D’us conforta a Sua gente e foi em Hanuká, mês de Kislev, que o Povo de Israel foi salvo da escuridão espiritual helênica.
            No Pirkê Avot, Rabi Shimon aconselha: “Seja cuidadoso na leitura do Shemá e na prece. Quando orar, não faça da tua prece um ato rotineiro, e sim um rogo de piedade e uma súplica diante de D’us... Não seja malvado perante seus próprios olhos”. O Shemá é a maior expressão de monoteísmo e aceitação de D’us como Rei do Universo por parte do Povo Judeu. A prece mostra intimidade com o Criador. Os gregos aceitavam o conceito de um cosmos, frio e sem preocupação com o ser humano, mas não o conceito de D’us Űnico, Pai Misericordioso.
A sefirá desta semana é resultante da combinação tiferet shebeguevurá, ou seja, a beleza e equilíbrio unidas com força e disciplina. Como explicado, tiferet também significa misericórdia. Ao estar cada vez mais distantes de Tishrei, lembramos da beleza da Torá, pedindo misericórdia a D’us, para atingirmos as resoluções espirituais feitas em Rosh Hashaná e Yom Kippur.
O ensinamento que extraímos para esses dias com o morcego é o de rogar por piedade e comforto, mas também de amparar nossos semelhantes, inclusive os necessitados e oprimidos.



[1] Ryzman,  p. 64 e 232

Sunday, October 11, 2009

Semana 11: Lutar Contra o Mal e Saber Perdoar

Semana 11: Lutar Contra o Mal e Saber Perdoar

            Na décima primeira semana no Perek Shirá a cegonha se dirige ao coração de Jerusalém, clamando que está findo o tempo do castigo e resgatada a iniquidade; pois, em dobro o povo já recebeu da mão do Eterno por todos os pecados (Isaías 40:2). Esse canto da cegonha é uma continuidade daquele “cantado” pelo morcego. Em Hanuká o Templo em Jerusalém foi novamente dedicado a serviço de D’us. A palavra Hanuká significa “dedicação”.
Esta semana marca também o feriado chassídico de Yud Kislev, quando o segundo Rebbe de Lubavitch, o Mitteler Rebbe, foi libertado. A vida do Mitteler Rebbe foi um grande exemplo de pureza, auto-sacrifício e milagres, características preponderantes deste mês.
O Pirkê Avot desta semana é ensinado pelo Rabi Elazar que alerta para que o indivíduo aprenda a combater os epicuristas (heréticos), assim como, aconselha o ser humano a ser ligeiro e ávido no aprendizado da Torá. Em Kislev e Hanuká, comemoramos o sucesso no combate aos aspectos da filosofia grega que são antagônicos aos valores judaicos. O epicurismo é o exemplo de filosofia grega contrária aos ensinamentos da Torá que tinha o maior apelo junto aos judeus na época de Hanuká.
Rabi Elazar também aconselha: Saiba perante quem trabalhas, e quem é o Mestre do seu trabalho que pagará o seu salário". A ênfase é mais uma vez na conexão direta com D’us e Seu envolvimento com a vida diária – algo que os gregos não aceitavam.
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em netzach shebeguevurá. Portanto, devemos nos inspirar na vida do Mitteler Rebbe, um grande tzadik, e exercer persistência no caminho da Torá.
Em relação ao auto-aprimoramento, através do exemplo da cegonha aprendemos a a ser humildes e pedir perdão, bem como a perdoar em abundância do fundo do coração. Afinal, tudo que acontece vem da vontade de D’us, e estamos vivos pelo exclusivo perdão diário dele.

Sunday, October 4, 2009

Semana 12: Trazer o Calor da Torá aos Lugares Mais Frios


Semana 12: Trazer o Calor da Torá aos Lugares Mais Frios

Na décima segunda semana é a vez do corvo declarar no Perek Shirá que é D’us quem provê a presa quando seus filhotes vagam em busca de alimento (Jó 38:41). Esta semana inclui o dia 19 de Kislev, Rosh Hashaná da Chassidut, o dia em que o Alter Rebbe de Lubavitch foi libertado da prisão e o yahrzeit do Magid de Mezeritch, seu mestre.
A conexão do canto desta semana com o dia 19 de Kislev é a de que a Chassidut tem o poder de elevar até mesmo aquele que está mais distanciado de D’us. O corvo foi literalmente expulso da Arca de Noé. Ademais, o corvo é conhecido pela sua crueldade e indiferença. Contudo, até mesmo o corvo se redime, conforme demonstrado na história do profeta Eliyahu. D’us determinou aos corvos, animal que não alimenta seus próprios filhos, para que trouxessem à Eliyahu comida, e assim foi.[1]

No Pirkê Avot, Rabi Tarfón nos faz recordar como “o dia é curto, o trabalho é demasiado, os trabalhadores são preguiçosos, a recompensa é grande, e o Dono insiste” (Cap. II:15). Ele também costumava dizer: “Não estás incumbido de completar o trabalho, porém não estás livre para desistir dele; se estudaste muita Torá, te darão muita recompensa; e teu Patrão é confiável em te pagar a retribuição de teu labor; porém saiba que a entrega da recompensa aos justos será no Mundo Vindouro (Cap. II:16)”
Note-se a conexão entre o Ano Novo da Chassidut e o ensinamento do Rabi Tarfón. A Chassidut disseminada pelo Chabad trouxe calor e amor pelo judaísmo no lugar mais frio do ser humano – o intelecto. Geograficamente, a capital do "judaísmo intelectual" era Vilna, na Lituânia.Para lá o Alter Rebbe foi enviado. Mesmo sendo acusado falsamente de traição pelos inimigos do chassidismo e sujeito à pena de morte, com a ajuda de D’us, o Alter Rebbe saiu vitorioso. Depois de ser libertado, o Rebbe  decidiu revelar muito além do que  já havia sido disseminado do chassidismo até então. A Chassidut acendeu um fogo interior para acordar aqueles “trabalhadores” que estavam deprimidos e adormecidos.[2] Foi como um despertador, um alerta espiritual: o tempo é curto; agora é chegada a hora de servir a D’us!
Nessa semana a combinação das sefirot resulta em hod shebeguevurá. Nos inspiramos no Alter Rebbe, que teve a terrível experiência de ter sido aprisionado,  mas com guevurá revelou segredos ocultos da Torá através dos ensinamentos chassídicos do Chabad.
Uma lição que obtemos desta semana é a de que até o corvo e seus filhotes reconhecem a Majestade divina e a importância de suplicar qualquer pedido diretamente a D’us.[3] Portanto, devemos nos inspirar no exemplo do canto do corvo que tem a certeza de que não está só, pois D’us está sempre presente.


[1] 1 Reis 17:2-7
[2] Hayom Yom, 17 de Av, 79a
[3] Salmo 147:9

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