Weekly Cycle



Sunday, October 4, 2009

Semana 12: Trazer o Calor da Torá aos Lugares Mais Frios


Semana 12: Trazer o Calor da Torá aos Lugares Mais Frios

Na décima segunda semana é a vez do corvo declarar no Perek Shirá que é D’us quem provê a presa quando seus filhotes vagam em busca de alimento (Jó 38:41). Esta semana inclui o dia 19 de Kislev, Rosh Hashaná da Chassidut, o dia em que o Alter Rebbe de Lubavitch foi libertado da prisão e o yahrzeit do Magid de Mezeritch, seu mestre.
A conexão do canto desta semana com o dia 19 de Kislev é a de que a Chassidut tem o poder de elevar até mesmo aquele que está mais distanciado de D’us. O corvo foi literalmente expulso da Arca de Noé. Ademais, o corvo é conhecido pela sua crueldade e indiferença. Contudo, até mesmo o corvo se redime, conforme demonstrado na história do profeta Eliyahu. D’us determinou aos corvos, animal que não alimenta seus próprios filhos, para que trouxessem à Eliyahu comida, e assim foi.[1]

No Pirkê Avot, Rabi Tarfón nos faz recordar como “o dia é curto, o trabalho é demasiado, os trabalhadores são preguiçosos, a recompensa é grande, e o Dono insiste” (Cap. II:15). Ele também costumava dizer: “Não estás incumbido de completar o trabalho, porém não estás livre para desistir dele; se estudaste muita Torá, te darão muita recompensa; e teu Patrão é confiável em te pagar a retribuição de teu labor; porém saiba que a entrega da recompensa aos justos será no Mundo Vindouro (Cap. II:16)”
Note-se a conexão entre o Ano Novo da Chassidut e o ensinamento do Rabi Tarfón. A Chassidut disseminada pelo Chabad trouxe calor e amor pelo judaísmo no lugar mais frio do ser humano – o intelecto. Geograficamente, a capital do "judaísmo intelectual" era Vilna, na Lituânia.Para lá o Alter Rebbe foi enviado. Mesmo sendo acusado falsamente de traição pelos inimigos do chassidismo e sujeito à pena de morte, com a ajuda de D’us, o Alter Rebbe saiu vitorioso. Depois de ser libertado, o Rebbe  decidiu revelar muito além do que  já havia sido disseminado do chassidismo até então. A Chassidut acendeu um fogo interior para acordar aqueles “trabalhadores” que estavam deprimidos e adormecidos.[2] Foi como um despertador, um alerta espiritual: o tempo é curto; agora é chegada a hora de servir a D’us!
Nessa semana a combinação das sefirot resulta em hod shebeguevurá. Nos inspiramos no Alter Rebbe, que teve a terrível experiência de ter sido aprisionado,  mas com guevurá revelou segredos ocultos da Torá através dos ensinamentos chassídicos do Chabad.
Uma lição que obtemos desta semana é a de que até o corvo e seus filhotes reconhecem a Majestade divina e a importância de suplicar qualquer pedido diretamente a D’us.[3] Portanto, devemos nos inspirar no exemplo do canto do corvo que tem a certeza de que não está só, pois D’us está sempre presente.


[1] 1 Reis 17:2-7
[2] Hayom Yom, 17 de Av, 79a
[3] Salmo 147:9

Sunday, September 27, 2009

Semana 13: Divulgar Milagres, com Orgulho e Humildade

Semana 13: Divulgar Milagres, com Orgulho e Humildade

E chegamos a semana décima terceira, de Hanuká, onde no Perek Shirá o pássaro starling soberbo declara:“Suas sementes serão conhecidas entre todas as nações e seus descendentes entre todos os povos. Todos os que os virem reconhecerão que são a semente que o Eterno abençoou” (Isaías 61:9). Em Hanuká, é mitsvá fazer com que os milagres desta data sejam divulgados aos quatro cantos.
O canto do starling tem um elo importante com os kohanim, cuja identidade é determinada pela semente física masculina. Existem testes de DNA disponíveis que verificam se há um gene "kohen", herança da semente de Aarão, o primeiro sumo sacerdote. Os Macabeus eram todos kohanim, sacerdotes e sumos sacerdotes. Suas ações milagrosas durante os dias de Hanuká fizeram com que a semente de Aarão fosse conhecida entre as nações, e sua descendência reconhecida como a semente que D’us abençoou.
A lição do Pirkê Avot é extraída de Akaviá ben Mahalalel, que ensina: “Reflita sobre três coisas e não chegarás a pecar: saiba de onde vieste, para onde vais, e perante quem, no futuro haverás de prestar juízo e contas. “De onde vieste” – de uma gota fedorenta; “e para onde vais” – para um lugar de pó, larvas e vermes; “e perante quem haverás de prestar juízo e contas” – perante o Rei dos reis, o Santo, bendito seja.” (Cap. III:1). Interessante notar, o Pirkê Avot também fala da semente humana, entretanto, de forma áspera.
Existe uma conexão entre o pensamento de Akaviá com Hanuká, já que esta festividade comemora a vitória contra a cultura helênica e o humanismo, que valorizam o ser humano e o corpo acima de tudo. Akaviá ensina que o próprio foco da vida é D’us e não o ser humano.
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em yesod shebeguevurá. Não podia deixar de ser de outra forma: yesod significa fundação e, nesta semana, celebra-se Hanuká, quando o Povo de Israel, conhecedor de sua fundação religiosa, resistiu com coragem e força a assimilação imposta pelos gregos.
Em relação a lição de auto-aprimoramento, podemos depreender do cântico do starling soberbo que devemos divulgar os milagres que tivemos o mérito de presenciar, mas estando cientes que tudo veio de D’us, o Criador e responsável por todos e tudo.

Sunday, September 20, 2009

Semana 14: Acreditar na Própria Força, que Vem de D’us


Semana 14: Acreditar na Própria Força, que Vem de D’us

Na décima quarta semana, continuação de Hanuká, é a vez da gansa doméstica cantar: “Louve e proclame o Nome do Eterno, divulgue entre todas as nações Seus feitos, entoe cantos e hinos, narre todos os Seus prodígios” (Salmo 105:1-2). O canto da gansa doméstica está ligado a mitsvá de divulgar os milagres de Hanuká. Nesta ocasião, devemos cantar a Ele, fazer música para Ele, e falar de Sua grandeza.
Além de Hanuká, esta semana marca Rosh Chodesh Tevet. Tevet é representado pela tribo de Dan.  Esta tribo é caracterizada pela força - Sansão fez parte desta tribo - e capacidade de multiplicação. Dan só teve um filho, mas com o tempo virou uma das tribos mais numerosas do Povo Judeu.[1] Tevet é considerado um mês difícil, no qual ocorre o jejum do dia dez de Tevet, quando Jerusalém foi sitiada.
Esta semana marca também o feriado chassídico de Didan Netzach, A Vitória é Nossa”, no dia 5 de Tevet. Neste dia, o último Rebbe de Lubavitch conquistou uma grande vitória, mantendo a santidade dos livros sagrados da biblioteca Lubavitch. Como será explicado mais detalhadamente na próxima semana, o mês de Tevet está conectado com a importância de valorizar os livros sagrados. Essa festa também está associada a grande vitória física e espiritual dos Macabeus.
O ensinamento do Pirkê Avot dessa semana pode ser encontrado nas palavras do Rabi Chaniná, suplente do Sumo Sacerdote: “Reza pelo bem-estar do governo, pois se não fosse pelo temor a este, os homens se engoliriam vivos uns aos outros” (Cap. III:2). Sem freio, os mais fortes iriam explorar física e economicamente os mais fracos.
É surpreendente a conexão que se estabelece nesta semana entre a festa de Hanuká na qual o Povo de Israel celebra sua salvação do domínio e exploração helênica, por conta de um grupo de sacerdotes físicamente mais fracos. O ensinamento extraído do Pirkê Avot é do suplente do Sumo Sacerdote.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebeguevurá: realeza e ação no mundo material, com disciplina. Isto se aplica perfeitamente a própria dinastia chasmonica dos Macabeus. Os Macabeus eram duros e disciplinados (guevurá) e depois de vencer os gregos tornaram-se reis (malchut).
O que aprendemos nesta semana com a gansa doméstica é sobre a importância de perceber os milagres que ocorrem diariamente a nossa volta, e de sempre agradecer por eles. Recordar e divulgar milagres que ocorrem ao longo da vida é uma excelente forma de sermos mais gratos no nosso dia-a-dia. É exatamente esta qualidade a fonte de benção e felicidade.


[1] Ryzman, p. 77

Sunday, September 13, 2009

Semana 15: Valorizar o Estudo da Torá

Semana 15: Valorizar o Estudo da Torá

Na décima quinta semana, o ganso selvagem no Perek Shirá, quando vê Israel ocupado com a Torá, clama para prepararem um caminho para o Eterno. Após encontrar comida, bendiz aquele que confia no Eterno, e não no ser humano (Isaías 40:3 e Jeremias 17:5-7). Esta semana é marcada pelo jejum do dia dez de Tevet – quando Jerusalém foi sitiada. Este foi o passo inicial para a destruição do Templo e o exílio da Schechiná, a Presença Divina.
Poucos foram os judeus que sobreviveram à destruição do Primeiro Templo. Mesmo assim, os judeus se  multiplicaram e voltaram a ser um povo numeroso, como a Tribo de Dan, símbolo de Tevet.
O Midrash nos diz que Jerusalém foi sitiada e o Primeiro Templo destruído porque não se dizia a benção necessária antes do estudo da Torá. Em outras palavras, esta tragédia ocorreu pela falta de importância espiritual dada à Torá e aos Livros Sagrados.
No ensinamento do Pirkê Avot desta semana, leciona o Rabi Chaniná ben Teradion: “Se duas [pessoas] estão sentadas juntas e não trocam entre si palavras de Torá, esta é uma companhia de zombadores... Mas se dois se sentam juntos e trocam entre si palavras de Torá, a Presença Divina repousa entre eles” (Cap. III:2). Rabi Chaniná explica que até mesmo quando uma pessoa se senta só e se ocupa com a Torá, D’us a recompensa. Neste caso é clara a conexão com os assuntos da semana mencionados acima.
A combinação das sefirot resulta em chesed shebetiferet. Quando o sítio a Jerusalém começou, a situação ainda não era tão grave. Havia chance para arrependimento, antes que ocorressem outros eventos trágicos. Isto pode ser considerado como bondade dentro da capacidade de misericórdia, o outro significado da sefirá tiferet.
Em relação à lição de auto-aprimoramento, o ganso selvagem consegue compreender a grande importância do estudo da Torá. Ele entende que seu sustento está no Eterno, e não através das mãos do ser humano. Se fizermos nossa parte, D’us certamente fará a Dele.


Sunday, September 6, 2009

Semana 16: Confiar e Se Apoiar na Força de D’us


Semana 16: Confiar e Se Apoiar na Força de D’us

E chegamos à décima sexta semana quando no Perek Shirá os patos anunciam para que confiemos no Eterno para sempre, pois Ele é D’us, a Rocha Eterna (Isaías 26:4). Nesta semana do mês de Tevet, continuamos conectados com a força de Dan.
Não é por acaso que o Perek Shirá menciona os patos no plural. Os patos se multiplicam rapidamente e têm famílias grandes. Viajam em grupos e dependem mutuamente para sobrevivência durante a migração quando fogem do frio. O Talmud declara que Tevet é o mês mais frio do ano, "quando o corpo tem prazer [em outro] corpo".[1]
Depois da destruição do Primeiro Templo, o número de sobreviventes judeus era muito pequeno. De acordo com o Livro de Jeremias, somente um total de 4.600 pessoas foram exiladas para a Babilônia.[2] No entanto, em um período extremamente curto, a comunidade judaica na Babilônia prosperou muito, tornando-se numerosa, influente e rica.
 A canção dos patos também parece ser uma referência à força de D’us e Sua capacidade de nos multiplicar. Rocha, Tzur em hebraico, representa estabilidade e força. Tzur também significa Criador ou Artesão, pois como disse Isaías: "Ele formou você desde o ventre".[3]
O ensinamento do Pirkê Avot desta semana está na lição do Rabi Shimon Bar Iochai: “Três [pessoas] que comeram na mesma mesa e não falaram palavras de Torá é como se houvessem comido dos sacrifícios aos [ídolos] sem vida... Mas três [pessoas] que comeram na mesma mesa e pronunciaram ali palavras de Torá, é como se houvessem comido da mesa de D’us” (Cap. III:3).
Rabi Shimon fala da importância do uso de palavras da Torá. Conforme explicado anteriormente, a negligência em relação ao lado espiritual do estudo da Torá foi a causa da destruição do Templo. Rabi Shimon foi o maior conhecedor dos segredos da Torá. Ele entendeu perfeitamente como a abstenção de palavras da Torá gera um efeito negativo no mundo.
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em guevurá shebetiferet. Devemos ter força, seriedade e disciplina na nossa ligação com a agradável beleza espiritual e o equilíbrio da Torá.
Uma lição de auto-aprimoramento que extraímos dos patos é de ter total confiança em D’us, apoiando-se Nele tal qual apoiaríamos numa rocha forte e estável.



[1] Meguilá 13a
[2] Cap. 52:28-30
[3] Cap. 44:2

DOWNLOAD A FREE COPY OF PEREK SHIRAH HERE!

Blog Archive

Contributors

Quick Start: