Weekly Cycle



Sunday, August 23, 2009

Semana 18: Viver em Harmonia com a Natureza de maneira Sobrenatural


Semana 18: Viver em Harmonia com a Natureza de maneira Sobrenatural

Na décima oitava semana, Rosh Chodesh Shvat, é a vez do gafanhoto no Perek Shirá louvar a D’us seu cântico, declamando que seus olhos estão erguidos para as montanhas, de onde virá seu auxílio (Salmo 121:1). Assim, o canto do gafanhoto está ligado à reza e à fé.
É incrível como esse animal está conectado  na semana quando nas sinagogas se faz a leitura das pragas, inclusive a de gafanhotos, enviadas ao povo egípcio quando manteve os judeus escravizados.
O mês de Shvat está relacionado com a fé. Em pleno inverno, o Povo Judeu celebra Tu B’Shvat, confiando que as árvores irão florescer em breve. Nesta celebração, inclusive de caráter ecológico, o Povo de Israel comemora o ano novo das árvores. Neste dia, temos o costume de comer muitas frutas de diferentes tipos.
Shvat é o mês da tribo de Asher, que representa prazer e deleite. A festividade de Tu B’Shvat e, frutas em geral, são relacionadas com estes conceitos.

O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Nechunia ben Hacaná, ao lecionar que “todo aquele que assume sobre si o jugo da Torá (isto é, a obediência e diligência no estudo e seu cumprimento) – lhe são retirados o jugo do governo e das obrigações mundanas; porém, quem retira de si o jugo da Torá – lhe são impostos o jugo do governo e o das obrigações mundanas” (Cap. III:5). Rabi Nechunia aconselha tomar para si o estudo da Torá, “Árvore da Vida,” que está acima da natureza. E, se não o fizer, estará sujeito às obrigações mundanas da vida. Rabi Mendel de Kotsk explica que conhecemos muitos exemplos de sábios e estudiosos da Torá com obrigações mundanas e inclusive profissionais. Porém, estes não sentiam tais obrigações como um jugo ou preocupação.[1]
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em netzach shebetiferet representando a vitória e persistência existentes na beleza e equilibrio. Em Shvat, ainda no inverno, a árvore tem que persistir para sobreviver, e só com equilíbrio  ela conseguirá. Sem raízes suficientes, a árvore não fica de pé. Sem galhos e folhas, a árvore não tem energia para se nutrir.

Depreende-se do canto do gafanhoto que a ajuda vem de D’us quando levantamos os olhos acima da nossa visão costumeira. O Midrash ensina que as montanhas são uma referência aos patriarcas, pois é em grande parte pelo mérito das ações deles que D’us nos salva. A lição é a de que temos que enxergar não só nossa situação atual, mas o todo, o que somos e de onde viemos - de nossos pais.




[1] Marcus, p. 87

Sunday, August 16, 2009

Semana 19: Sentir a Proximidade de D’us, Mesmo Quando Esta Aparenta Estar Distante


Semana 19: Sentir a Proximidade de D’us, Mesmo Quando Esta Aparenta Estar Distante

Na décima nona semana, quando ocorre a festa chassídica de Yud Shvat, o gafanhoto voraz no Perek Shirá louva e bendiz ao Eterno, reconhecendo Suas maravilhas, cumprindo com fé e verdade Seus planos feitos no passado distante  (Isaías 25:1). Yud Shvat rememora o dia do yahrzeit do Sexto Rebbe de Lubavitch, e celebra a data em que seu sucessor, Menachem Mendel Schneerson virou Rebbe, exatamente um ano depois.
Nesta semana, que antecede a Tu B’Shvat, o canto do gafanhoto voraz fala sobre fé, e como D’us por vezes parece distante. O canto do gafanhoto voraz inclui a palavra etzot, conselhos ou planos, que tem a mesma raiz da palavra etz, árvore. Como explicado, o mês de Shvat está relacionado às árvores e à fé. Em pleno inverno, o Povo Judeu celebra Tu’Bishvat, confiando que as árvores irão florescer em breve.
A conexão do verso do gafanhoto voraz com Yud Shvat também é muito grande. Bati LeGani, o último discurso chassídico do Rebbe anterior e o primeiro do último Rebbe, é sobre como a Shechiná residia de forma revelada entre nós, mas foi distanciada por pecados cometidos. Contudo, novamente voltou a se aproximar através dos atos justos dos nossos tzadikim. Por mais de quarenta anos, o Rebbe se aprofundou sobre o conteúdo deste discurso, que ainda é estudado todo ano nesta data.
O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Chalaftá ben Dossá de Kfar-Chananiá, ao asseverar que dez homens reunidos e ocupados no estudo da Lei Divina têm o Eterno com eles. O mesmo acontece sendo cinco, três, dois, e até mesmo um só (Cap. III:6). Como o canto do gafanhoto voraz e Bati LeGani, Rabi Chalaftá ensina sobre fé e a presença de D’us no mundo material.
A combinação das sefirot desta semana resulta em hod shebetiferet. Durante o mês de Shvat ao celebrar as árvores e a natureza, com gratidão e reconhecimento, temos a capacidade de vislumbrar, exaltar e ficarmos deslumbrados com a maravilhosa obra divina.
É essa também uma lição que se extrai do texto do gafanhoto voraz: com humildade, temos de ter fé e esperança no Criador.  Afinal não é verdade que estamos aqui neste mundo material testemunhando Suas obras? Devemos lembrar também que D’us está sempre conosco, até mesmo quando Ele parece distante. Para O sentirmos a nossa volta e dentro de nós, temos só que deixá-Lo entrar. Neste sentido, uma vez foi perguntado ao Rabi Mendel de Kotsk, quando ainda menino: "Onde está D’us?" Ele respondeu: “Aonde O deixamos entrar”.


Sunday, August 9, 2009

Semana 20: Sermos Confiantes, Equilibrados e Generosos


Semana 20: Sermos Confiantes, Equilibrados e Generosos

            A aranha é o vigésimo animal do Perek Shirá que brada ao Povo de Israel para que O louve com o clangor de címbalos; louve-O com altissonantes trombetas (Salmo 150:5). Nesta semana celebramos Tu B’Shvat, ano novo das árvores.

Para o Rei David, a quem o Perek Shirá é atribuído, a aranha tem um significado muito especial. O Midrash ensina que David se perguntou porque D’us fez a aranha. O motivo foi compreendido muito depois, quando fugindo do Rei Saul, entrou numa caverna. Nesse momento, milagrosamente, uma aranha teceu uma teia na entrada. Quando os homens de Saul passaram e viram aquela teia, concluiram que ninguém poderia ter entrado na caverna recentemente. Então partiram, sem se preocupar em vistoriar a caverna. A teia de aranha não só salvou a vida do Rei David, mas também o fez entender que tudo que D’us faz tem um propósito glorioso. Talvez tenha sido por isso que o Rei David destinou o verso da aranha no Perek Shirá para a semana de Tu B'Shvat, ponto alto da celebração da natureza no judaísmo. O versículo da aranha vem do Salmo 150 -  o último do Livro dos Salmos -, que serve como ápice do louvor à D’us.

A teia é um exemplo de equilíbrio como a árvore. Os dois são testemunhos da grandeza de D’us e complexidade de Sua criação. Certas árvores e a teia de aranha são delicadas mas aguentam ventos fortes! Uma das razões para isso é que tanto a árvore como a teia de aranha absorvem o impacto do vento com equilíbrio e flexibilidade, sem se quebrar ou cair.

O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Elazar de Bartota que disse: dá a Ele do que é Seu, pois tu e tudo que é teu é d’Ele; assim disse David: tudo nos vem de Ti, e da Tua mão damos para Ti (Cap. III: 7, I Livro de Crônicas 29:14). Nesta semana de Tu B’Shvat lembramos dos frutos do dízimo. Através da natureza, D’us nos presenteia com frutos. Assim, nada mais natural que, em retorno, ofertemos uma parte desses frutos de volta a Ele.

Nesta semana o produto final entre as sefirot resulta em yesod shebetiferet. Tu B’Shvat e as árvores representam os conceitos desta combinação: fundação, beleza e equilíbrio.

Portanto, uma lição que se depreende da aranha é a de que, com confiança total, voz alta e firme (como o tilintar dos címbalos), podemos servir de exemplo, ajudar e influenciar outros a acreditar que tudo tem uma razão de ser.

Sunday, August 2, 2009

Semana 21: Manter a Perspectiva


Semana 21: Manter a Perspectiva

A vigésima primeira semana, logo após Tu B’Shvat, é a do yahrzeit da Rebbetzin Chaya Mushka, esposa do Rebbe, no dia 22 de Shvat. No Perek Shirá a mosca faz sua investida quando o Povo Judeu não está se ocupando da Torá. A canção da mosca diz, “Como a grama, toda a vida se parece, e como a flor do campo, toda sua força; fenece a grama, murcha-se a flor... mas a palavra do Eterno, nosso D’us perpetuamente subsistirá. (Isaías 40:6-8 e 57:19).
Após Tu B’Shvat, onde é enfatizada a importância das árvores, a mosca nos vem recordar que a natureza e a vida, cheias de beleza, deleite e significância, são passageiras. A natureza é um reflexo do Criador, mas em última análise, somente o Criador e aquelas coisas indelevelmente ligadas a Ele, como a Torá, são eternos.
A mosca nos faz lembrar da história bíblica da mulher sunamita. Ela e seu marido prepararam em sua casa um quarto especialmente para hospedar o profeta Elishá. O Zohar explica que ela entendeu a grandeza do profeta ao perceber que nenhuma mosca pousava na mesa em que ele fazia as refeições. Interessante notar que a mosca não perturba o tzadikim. Talvez isso explique porque só sabemos da canção que a mosca canta quando não estamos estudando Torá. Quando estudamos Torá de verdade somos todos tzadikim – as moscas não se aproximam, então, não temos como saber o que estão cantando.
As características da mulher sunamita se expressam também na vida da Rebbetzin Chaya Mushka. Quando indagada pelo profeta se lhe faltava algo, a mulher sunamita, que não tinha filhos, respondeu que não, “vivo junto do meu povo”. A Rebbetzin também não tinha filhos, considerava todo o seu “povo”, os chassidim, como filhos. A Rebbetzin era conhecida por sua grande bondade, hospitalidade, e modéstia. Ela foi a melhor e maior companheira do Rebbe, por toda sua vida.
Na semana logo após Tu B’Shvat, o Pirkê Avot nos ensina através da lição do Rabi Yaacov que “todo que anda pelo caminho e estuda Torá, e interrompe seu estudo e observa – quão bela é esta árvore! Quão belo campo é esse campo arado!”, é considerado pelas Escrituras como se se tivesse posto sua vida em perigo (Cap. III:7). A lição do Rabi Yaacov é extremamente parecida com a mensagem contida no verso da mosca: temos que continuar nosso caminho principal, que é de avançar no nosso aprendizado da Torá. A palavra eterna do Criador nunca deve ser preterida em razão de assuntos passageiros.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebetiferet, ou seja, a realeza da beleza. Malchut é uma sefirá feminina. A maior beleza feminina é a beleza interior, que é duradoura. A lição que tiramos da mosca nesta semana é a de que quase tudo é temporário. No entanto, D’us e sua Torá são eternos. Por isso, devemos buscar uma conexão ainda mais forte com D’us, sempre falando com Ele diretamente, sem precisar de intermediários. A cura vem sempre Dele, e só os caminhos da Torá nos trazem a verdadeira paz e satisfação.

Sunday, July 26, 2009

Semana 22: Complementar o Outro na Alegria


Semana 22: Complementar o Outro na Alegria

            Na vigésima segunda semana, no Perek Shirá os monstros marinhos cantam para que louvem o Eterno na terra e nas profundezas (Salmo 148:7). Esta semana marca Rosh Chodesh Adar.  O mês de Adar é um mês de muita alegria e está ligado ao símbolo peixes no zodíaco. Incrível notar que é exatamente nesta semana que começamos a ler sobre os animais marinhos no Perek Shirá. Durante o mês de Adar celebramos como D’us fez milagres de forma profunda e oculta, tais como, os segredos que estão nas profundezas do mar.
Adar é o único mês no calendário judaico que por vezes se duplica: Adar I e Adar II. Note-se que o signo de peixes significa dualidade, pois tem como símbolo dois peixes direcionados em lados opostos. Em Adar, cumprimos a mitsvá de dar meio-shekel. Damos meio-shekel e não um shekel inteiro a simbolizar a idéia de que nenhum judeu é completo por si só. Cada judeu complementa o outro.
O mês de Adar é representado pela tribo de Naftali. Quando o mês duplica, Adar II é representado pela tribo de Levi. Estas duas tribos têm muito em comum. Naftali é conhecido pela sua grande velocidade e os levitas, especialmente os kohanim, eram conhecidos por sua rapidez e dedicação ao serviço divino. As tribos de Naftali e Levi estão ligados à qualidade de ser um emissário. Na benção dada por Jacob, Naftali é chamado de gazela emissária, enquanto os levitas serviam de emissários para todo o Povo de Israel no Templo.
É curioso notar que os monstros marinhos, que são animais ligados à água, cantam sobre louvar D’us na terra e não só no mar. Isto está ligado ao conceito de dualidade deste mês e de ser um emissário. Os monstros marinhos pedem para outros louvarem a D’us em lugares onde eles não podem alcançar.
Nesta semana, o Pirkê Avot nos ensina com a lição do Rabi Dostai ben Ianái, que todo aquele que esquece algo de seu estudo da Torá, é considerado como se fosse culpado pela sua vida (Cap. III:8). A cada ano, em Adar, temos um mandamento de lembrar do perverso Amalek. Se não lembrarmos de destruir o mal estamos pondo nossas próprias vidas em perigo.
Outrossim, a combinação das sefirot resulta em chesed shebenetzach, ou seja, bondade na vitória e redenção. Rosh Chodesh Adar marca o início de dois meses de vitória e redenção – netzach – associados a Purim e Pessach. Portanto, celebramos a bondade que nos foi dada por D’us nestes meses aumentando nossa alegria.
A lição que extraímos dos monstros marinhos é a de que não adianta só pensarmos em nós mesmos na hora de louvar a D’us. Temos que pensar naqueles que estão mais distantes e afastados, assim como os monstros marinhos pensam naqueles que estão na terra.

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