Semana 39: Ver o Mundo com Bons Olhos, para
Poder Elevá-lo
Esta semana marca Rosh
Chodesh Tamuz e também Gimmel Tamuz, data
do falecimento do Rebbe e do início da libertação do Sexto Rebbe. Tamuz é representado pela tribo de
Reuven, o primogênito de Jacob.
O mês de Tamuz está
relacionado ao tikun (recuperação) do
nosso olhar. Interessante notar que o nome Reuven vem da palavra reiyá, visão. Este mês está ligado ao tikun do pecado dos espiões. Eles foram
enviados à Terra de Israel durante o mês de Tamuz
e a olharam com maus olhos, com exceção de Yehoshua e Caleb.
Na trigésima nona semana o urso canta no Perek Shirá que em cânticos elevem a voz, o deserto e suas cidades,
as aldeias habitadas no deserto de Kedar; entoem melodias os que habitam entre
as rochas, e do cume dos montes clamem com alegria em alta voz. Que glorifiquem
ao Eterno, e proclamem nas ilhas Seu louvor (Isaías 42: 11-12).
O canto do urso contém exatamente o conceito de olhar para o mundo
com bons olhos. O urso vê nos desertos, cidades, aldeias, montanhas e ilhas, o
grande potencial de louvar a D’us. É assim que devemos enxergar o mundo – todos
temos este potencial. Basta abrirmos os olhos para ver. O trabalho do Rebbe, que na verdade começou
com o sexto Rebbe, foi sempre de olhar em cada judeu seu grande potencial. Foi
assim que conseguiu formar tantos líderes. O Rebbe conseguiu espalhar a luz do
Judaísmo e da Chassidut aos cantos
mais longínquos da terra: cidades e desertos espirituais, montanhas e ilhas.
Eliyahu HaNavi, que
anunciará a vinda de Mashiach, também
está associado com urso. É interessante notar que assim como o urso se refere a
Arábia (Kedar), o Talmud contém histórias de como Eliyahu
se fantasiava de árabe quando se apresentava diante dos tzadikim da época.
O Pirkê Avot desta semana está expresso no ensinamento do Rabi Meir (Ba’al HaNess) ao lecionar que devemos
minimizar as atividades comerciais para podermos nos ocupar da Torá (Cap. IV-10). Ba’al HaNess significa “Mestre do Milagre”, assim chamado, devido
aos milagres em seu mérito, inclusive um grande milagre envolvendo o profeta Eliyahu.
Ademais, Rabi Meir aconselha a humildade perante a todos. Ensina que se
abandonarmos o estudo da Lei Divina, encontraremos tropeções no caminho, mas se
nos ocuparmos desse estudo, encontraremos abundante recompensa (Cap. IV:10). Rabi Meir também representa a idéia de ver o
potencial de pessoas nos lugares mais longínquos. Ele era descendente de
convertidos, e quando pessoas o maltrataram, rezou para que fizessem teshuvá (retornassem a D’us), o que afinal
fizeram.
Nesta semana a combinação das sefirot
resulta em netzach shebeyesod, na
qual devemos ser persistentes para manter nossa base de Torá e mitzvot. Sabemos
que José, que representa a sefirá de yesod, sofreu a tentativa de sedução por
parte da mulher de Potifar. Rashi compara
esta mulher a um urso. Sempre existirão “outros tipos de ursos” tentando nos
distrair de nosso objetivo central. Temos que nos manter firmes e fortes como o
próprio urso, e não perder de vista nosso objetivo.
Nesta semana, aprendemos do urso que por onde quer que estejamos,
devemos tratar de falar da Torá e fazer
o que pudermos para elevar em santidade o local.