Weekly Cycle



Sunday, April 19, 2009

Semana 36: Andar com Fé


Semana 36: Andar com Fé

Na semana trinta e seis do calendário judaico, semana que marca a festa de Shavuot, no Perek Shirá a gazela canta elegias e exalta a cada manhã, o poder e benevolência de D’us, seu abrigo e refúgio em tempos difíceis (Salmos 59:17). Shavuot é o yahrzeit do Rei David e do Ba’al Shem Tov.[1]
A palavra em hebraico para gazela, tzvi, tem a mesma guematria que a palavra emuná, fé, e é formada por três letras: tzadi, beit, e yud, as primeiras letras de cada palavra no versículo “o tzadik vive pela sua fé”, do profeta Habakuk. O Rei David e o Ba’al Shem Tov são dois dos maiores exemplos deste dito. O Talmud explica que este versículo na verdade é o resumo de toda Torá que foi dada a Moisés no Monte Sinai, em Shavuot.[2]
A canção da gazela expressa a fé em Hashem, já que canta de seu regozijo de manhã, depois que Hashem a salvou da opressão (conceito associado à noite). Este canto também parece bastante relacionado aos versos 2 e 3 do Salmo 92: “É bom agradecer a Hashem, e cantar o Seu Nome, ó Supremo/ Falar de Sua bondade pela manhã, e de Sua fé a noite.” O dia é associado a chesed, enquanto  a noite é associada a guevurá. Depois das dificuldades que sofremos durante a contagem do ômer, também relacionada com a noite,[3] em Shavuot vemos a revelação de D’us com clareza, como o dia.
Os chifres da gazela são como uma coroa, e sabemos que o Povo de Israel também foi coroado por mostrar sua fé na hora do recebimento da Torá. O Midrash nos diz que enquanto outros povos recusaram a Torá, os judeus disseram “Faremos e ouviremos!” O Povo Judeu aceitou cumprir as mitsvot antes mesmo de ouvi-las e entendê-las, e por isso cada judeu recebeu duas coroas, uma por ter dito “faremose outra por ouviremos”. Estas coroas foram retiradas depois do pecado do bezerro de ouro.
O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Iossé que ensina que aquele que honrar a Torá será respeitado pelos homens, e quem a profanar , não merecerá o respeito de ninguém (Cap. IV:8). Esta lição está relacionada com a entrega da Torá, quando todo Povo de Israel foi elevado. Quando descumpriram a Torá, foram rebaixados.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em chesed shebeyesod. Em Shavuot, o Povo Judeu teve que estar firme em sua fundação para receber a grande bondade que é a Torá. Naquele momento, a revelação de D’us foi tão forte, que sem uma fundação apropriada, o Povo não teria conseguido testemunhar aquele momento. Ainda, a lição que depreendemos da gazela é a de que devemos ter fé “de noite”, em tempos difíceis, sabendo que eventualmente poderemos agradecer à Hashem “de dia”, ou seja, nos bons momentos.


[1] Note-se que a data de nascimento do Ba’al Shem Tov ocorre na semana cinquënta, “Shavuot” do ano.
[2] Makkot 24A
[3] Shem M’Shmuel, Lag Ba’Ômer

Sunday, April 12, 2009

Semana 37: Manter a Humildade e Não Perder de Vista a Grandeza Que Presenciamos

Semana 37: Manter a Humildade e Não Perder de Vista a Grandeza Que Presenciamos

E chegamos a semana trinta e sete, na semana depois de Shavuot, na qual o elefante no Perek Shirá declama quão grandes e magníficas são as obras de D’us e quão profundos são Seus desígnios (Salmo 92:6). O elefante vem a ser o maior dos animais terrestres.
Em Shavuot ficamos todos profundamente impressionados com a grandeza de D’us e de Sua Torá. Ficamos mais elevados espiritualmente, depois deste dia de enorme revelação Divina. O importante agora é não deixar  que nos esqueçamos desta grande experiência.
A lição que colhemos do Pirkê Avot está no conselho do Rabi Yishmael que dizia que aquele que se abstém de ditar sentenças jurídicas remove de si a inimizade, o roubo e um juramento desnecessário; mas aquele que se engrandece emitindo decisões jurídicas é um tolo, malvado e arrogante (Cap. IV:7). Ele também dizia que o único que pode julgar sozinho é D’us, e aconselha a não dizer: "Vocês devem aceitar o meu ponto de vista," porque isto é um direito [da maioria], não do indivíduo.
O ensinamento de Rabi Yishmael está conectado com o desejo de união e harmonia ligados ao mês de Sivan. Este ensinamento também parece estar ligado à humildade necessária para o cumprimento da Torá. Devemos fazer de tudo pra não nos engrandecer à custa dela, lembrando sempre que grande mesmo é só D’us.
As palavras de Rabi Yishmael estão também conectadas com as interações entre Moisés e Korach. Korach era riquíssimo e tinha grandes habilidades comerciais, como Zevulun, a tribo deste mês. Por causa de sua riqueza e inteligência, Korach se julgava uma pessoa muito grande e importante. Quando se rebelou, demandando que Moisés e Aarão abandonassem suas posições de liderança, se baseou no conceito “democrático” de que a maioria deve prevalecer. Moisés se absteve de ditar sentenças e tentou apaziguar a situação. De maneira conciliadora, explicou que as escolhas de suas posições vieram diretamente de Hashem, e que Korach e seu grupo estavam se rebelando contra Ele. D’us sim é o único que julga sozinho.
A combinação das sefirot desta semana resulta em guevurá shebeyesod, já que após tremenda revelação, temos que trabalhar com força e disciplina para manter sólidos nossa base e fundação no estudo da Torá e no cumprimento das mitzvot. O elefante representa esta forte. fundação. Afinal, quem consegue mover um elefante contra sua vontade?
Finalmente, a lição de auto-aprimoramento que aprendemos é a de que até o elefante percebe a grandeza e profundidade divina.

Sunday, April 5, 2009

Semana 38: Ser Forte e Valente Para Defender o Bem Comum


Semana 38: Ser Forte e Valente Para Defender o Bem Comum

E na  trigésima oitava semana, ao final do mês de Sivan, o leão declara no Perek Shirá que o Eterno sairá como um guerreiro poderoso, e exercerá vingança como um homem em guerra. Triunfante, D’us clamará em alta voz e sobrepujará Seus inimigos (Isaías 42:13). Este verso está conectado com o mês de Sivan, no qual todo povo estremeceu ao ouvir a voz de D’us presenteando-o com os Dez Mandamentos no Monte Sinai. O verso do leão também está relacionado a Zevulun, que saía pelo mar em busca de comércio. Os nosso sábios fazem uma ligação muito interessante entre a “saída” para a guerra e a “saída” à procura de sustento – que sabemos, não deixa de ser uma espécie de guerra.
            A semana do leão não só é a última semana do mês de Sivan, mas também a última  da primavera. Os próximos dois primeiros meses do verão, Tamuz e Av, são bastante intensos, e muito conectados com a ideia da destruição do Templo. Outrossim, estão ligados à construção do Terceiro Templo e à era messiânica. O símbolo zodiaco do mês de Av é Léo. Para suportar estes meses, teremos que ser fortes como o leão.
            Neste versículo da semana trinta e oito, o próprio D’us é referido como Leão. Note-se que o Templo também é referido como leão (Ariel, que literalmente significa "leão de D’us"), sendo este animal o símbolo de Yehudá, do Rei David e de Moshiach. Existe um Midrash que explica esta relação: "O Leão (Nevuchadnetzar) apareceu durante o leão (mês de Av) e destruiu Ariel (o Templo); de modo que, o Leão (D’us) aparecerá durante o leão (mês de Av) e reconstruirá Ariel".[1]
            O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Ionatán (Cap. IV:9): quem cumpre a Torá na pobreza, cumpri-la-á na riqueza; mas quem se descuida da Torá na riqueza, descuidar-se-á dela na pobreza. Nesta semana existe um conceito semelhante. Se descuidarmos da Torá logo depois que ela for dada em Shavuot, será mais difícil ainda cumpri-la durante a potencial pobreza espiritual dos meses seguintes,  Tamuz e Av. Mas, se cumprirmos a Torá nesses meses de “pobreza”, os transformaremos em meses de tremenda riqueza espiritual, quando Moshiach chegar. De forma geral, nosso cumprimento da Torá na “pobreza espiritual” do exílio, será compensada com a possibilidade de cumprir Torá na riqueza da era messiânica.
Este trecho do Pirkê Avot também está bastante ligado à tribo de Zevulun, que através de seu comércio trazia opulência para seus irmãos, a tribo de Issachar. Isso permitia que Issachar se dedicasse totalmente ao estudo da Torá. E Zevulun, mesmo que atuante profissionalmente, sempre continuou fiel à Torá e dedicado a Seu estudo. A combinação das sefirot desta semana resulta em tiferet shebeyesod, ou seja, na beleza e equilíbrio que ressoa de nossa fundação judaica. A lição de auto-aprimoramento que extraímos do leão é a de que devemos ser valentes e sair de nosso mundo fechado para ajudar a todos a nossa volta, com o intuito de alcançarmos o bem da coletividade.


[1] Yalkut Shimoni, Seção 259

Sunday, March 29, 2009

Semana 39: Ver o Mundo com Bons Olhos, para Poder Elevá-lo

Semana 39: Ver o Mundo com Bons Olhos, para Poder Elevá-lo

Esta semana marca Rosh Chodesh Tamuz e também Gimmel Tamuz, data do falecimento do Rebbe e do início da libertação do Sexto Rebbe. Tamuz é representado pela tribo de Reuven, o primogênito de Jacob.
O mês de Tamuz está relacionado ao tikun (recuperação) do nosso olhar. Interessante notar que o nome Reuven vem da palavra reiyá, visão. Este mês está ligado ao tikun do pecado dos espiões. Eles foram enviados à Terra de Israel durante o mês de Tamuz e a olharam com maus olhos, com exceção de Yehoshua e Caleb.
Na trigésima nona semana o urso canta no Perek Shirá que em cânticos elevem a voz, o deserto e suas cidades, as aldeias habitadas no deserto de Kedar; entoem melodias os que habitam entre as rochas, e do cume dos montes clamem com alegria em alta voz. Que glorifiquem ao Eterno, e proclamem nas ilhas Seu louvor (Isaías 42: 11-12).
O canto do urso contém exatamente o conceito de olhar para o mundo com bons olhos. O urso vê nos desertos, cidades, aldeias, montanhas e ilhas, o grande potencial de louvar a D’us. É assim que devemos enxergar o mundo – todos temos este potencial. Basta abrirmos os olhos para ver.  O trabalho do Rebbe, que na verdade começou com o sexto Rebbe, foi sempre de olhar em cada judeu seu grande potencial. Foi assim que conseguiu formar tantos líderes. O Rebbe conseguiu espalhar a luz do Judaísmo e da Chassidut aos cantos mais longínquos da terra: cidades e desertos espirituais, montanhas e ilhas.
Eliyahu HaNavi, que anunciará a vinda de Mashiach, também está associado com urso. É interessante notar que assim como o urso se refere a Arábia (Kedar), o Talmud contém histórias de como Eliyahu se fantasiava de árabe quando se apresentava diante dos tzadikim da época.
            O Pirkê Avot desta semana está expresso no ensinamento do Rabi Meir (Ba’al HaNess) ao lecionar que devemos minimizar as atividades comerciais para podermos nos ocupar da Torá (Cap. IV-10). Ba’al HaNess significa “Mestre do Milagre”, assim chamado, devido aos milagres em seu mérito, inclusive um grande milagre envolvendo o profeta Eliyahu. Ademais, Rabi Meir aconselha a humildade perante a todos. Ensina que se abandonarmos o estudo da Lei Divina, encontraremos tropeções no caminho, mas se nos ocuparmos desse estudo, encontraremos abundante recompensa (Cap. IV:10).  Rabi Meir também representa a idéia de ver o potencial de pessoas nos lugares mais longínquos. Ele era descendente de convertidos, e quando pessoas o maltrataram, rezou para que fizessem teshuvá (retornassem a D’us), o que afinal fizeram.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em netzach shebeyesod, na qual devemos ser persistentes para manter nossa base de Torá e mitzvot. Sabemos que José, que representa a sefirá de yesod, sofreu a tentativa de sedução por parte da mulher de Potifar. Rashi compara esta mulher a um urso. Sempre existirão “outros tipos de ursos” tentando nos distrair de nosso objetivo central. Temos que nos manter firmes e fortes como o próprio urso, e não perder de vista nosso objetivo.
Nesta semana, aprendemos do urso que por onde quer que estejamos, devemos tratar de falar da Torá e fazer o que pudermos para elevar em santidade o local.

Sunday, March 22, 2009

Semana 40: Lutar Pela Verdade

 Semana 40: Lutar Pela Verdade

E na quadragésima semana, ainda no começo do mês de Tamuz, no Perek Shirá o lobo canta que sobre toda coisa de delito – sobre boi, asno, cordeiro, roupas ou qualquer coisa perdida em que houver qualquer contestação – a causa de ambos virá aos juízes; e aquele a quem os juízes condenarem pagará o dobro a seu companheiro (Êxodo 22:8).
O verso do lobo tem uma conexão forte com Reuven. Reuven havia perdido a porção dupla que tinha direito como primogênito, por causa de um erro que cometeu, ao mexer a cama de uma das concubinas de Jacob. Em outra ocasião, quando Jacob impediu que levassem Benjamin para o Egito, Reuven disse que se não o trouxessem de volta, estaria disposto a abrir mão de seus dois filhos, o que equivaleria ao “dobro” da perda.
O lobo é o símbolo da tribo de Benjamin, que por sua vez, também está bastante conectado com o verso deste animal. Ao chegar no Egito, Benjamin é acusado injustamente de roubo pelo Vice-rei,  José. Benjamin também é o mais conectado com a Terra de Israel pois foi o único que lá nasceu.
O verso do lobo também contém um paralelo muito interessante com a conquista da Terra de Israel. O primeiro comentário do Rashi na Torá explica porque a Torá começa com a criação do mundo, e não com a saída do Egito. O sábio explica que quando os povos nos acusarem de "ladrões", alegando de estarmos "roubando" a terra, diremos que todo o mundo é de D’us, e é Ele quem determina quais terras dar a quem.
Nesta semana, o Pirkê Avot através da lição de Rabi Eliezer ben Yaacov ensina que quem cumpre uma mitsvá adquire para si um defensor; e aquele que comete uma transgressão, adquire para si um acusador. O arrependimento e as boas ações são como um escudo contra a retribuição (castigo) (Cap. IV:11). A lição do Pirkê Avot está bastante ligada ao roubo, uma má ação que traz um acusador. Ao mesmo tempo, também está ligada ao mês de Tamuz e ao conserto do olhar. É importante olhar os outros com bons olhos, apreciando suas boas ações, para podermos também servir como bons defensores.
 A combinação das sefirot resulta em hod shebeyesod. Nesta semana devemos ser gratos, dedicados, e corretos em nossos conceitos éticos elementares judaicos. A lição de auto-aprimoramento que aprendemos com o lobo é a de que não devemos ser injustos  permitindo  assim,que a falsidade prevaleça sobre a verdade.


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