Weekly Cycle



Sunday, August 2, 2009

Semana 21: Manter a Perspectiva


Semana 21: Manter a Perspectiva

A vigésima primeira semana, logo após Tu B’Shvat, é a do yahrzeit da Rebbetzin Chaya Mushka, esposa do Rebbe, no dia 22 de Shvat. No Perek Shirá a mosca faz sua investida quando o Povo Judeu não está se ocupando da Torá. A canção da mosca diz, “Como a grama, toda a vida se parece, e como a flor do campo, toda sua força; fenece a grama, murcha-se a flor... mas a palavra do Eterno, nosso D’us perpetuamente subsistirá. (Isaías 40:6-8 e 57:19).
Após Tu B’Shvat, onde é enfatizada a importância das árvores, a mosca nos vem recordar que a natureza e a vida, cheias de beleza, deleite e significância, são passageiras. A natureza é um reflexo do Criador, mas em última análise, somente o Criador e aquelas coisas indelevelmente ligadas a Ele, como a Torá, são eternos.
A mosca nos faz lembrar da história bíblica da mulher sunamita. Ela e seu marido prepararam em sua casa um quarto especialmente para hospedar o profeta Elishá. O Zohar explica que ela entendeu a grandeza do profeta ao perceber que nenhuma mosca pousava na mesa em que ele fazia as refeições. Interessante notar que a mosca não perturba o tzadikim. Talvez isso explique porque só sabemos da canção que a mosca canta quando não estamos estudando Torá. Quando estudamos Torá de verdade somos todos tzadikim – as moscas não se aproximam, então, não temos como saber o que estão cantando.
As características da mulher sunamita se expressam também na vida da Rebbetzin Chaya Mushka. Quando indagada pelo profeta se lhe faltava algo, a mulher sunamita, que não tinha filhos, respondeu que não, “vivo junto do meu povo”. A Rebbetzin também não tinha filhos, considerava todo o seu “povo”, os chassidim, como filhos. A Rebbetzin era conhecida por sua grande bondade, hospitalidade, e modéstia. Ela foi a melhor e maior companheira do Rebbe, por toda sua vida.
Na semana logo após Tu B’Shvat, o Pirkê Avot nos ensina através da lição do Rabi Yaacov que “todo que anda pelo caminho e estuda Torá, e interrompe seu estudo e observa – quão bela é esta árvore! Quão belo campo é esse campo arado!”, é considerado pelas Escrituras como se se tivesse posto sua vida em perigo (Cap. III:7). A lição do Rabi Yaacov é extremamente parecida com a mensagem contida no verso da mosca: temos que continuar nosso caminho principal, que é de avançar no nosso aprendizado da Torá. A palavra eterna do Criador nunca deve ser preterida em razão de assuntos passageiros.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebetiferet, ou seja, a realeza da beleza. Malchut é uma sefirá feminina. A maior beleza feminina é a beleza interior, que é duradoura. A lição que tiramos da mosca nesta semana é a de que quase tudo é temporário. No entanto, D’us e sua Torá são eternos. Por isso, devemos buscar uma conexão ainda mais forte com D’us, sempre falando com Ele diretamente, sem precisar de intermediários. A cura vem sempre Dele, e só os caminhos da Torá nos trazem a verdadeira paz e satisfação.

Sunday, July 26, 2009

Semana 22: Complementar o Outro na Alegria


Semana 22: Complementar o Outro na Alegria

            Na vigésima segunda semana, no Perek Shirá os monstros marinhos cantam para que louvem o Eterno na terra e nas profundezas (Salmo 148:7). Esta semana marca Rosh Chodesh Adar.  O mês de Adar é um mês de muita alegria e está ligado ao símbolo peixes no zodíaco. Incrível notar que é exatamente nesta semana que começamos a ler sobre os animais marinhos no Perek Shirá. Durante o mês de Adar celebramos como D’us fez milagres de forma profunda e oculta, tais como, os segredos que estão nas profundezas do mar.
Adar é o único mês no calendário judaico que por vezes se duplica: Adar I e Adar II. Note-se que o signo de peixes significa dualidade, pois tem como símbolo dois peixes direcionados em lados opostos. Em Adar, cumprimos a mitsvá de dar meio-shekel. Damos meio-shekel e não um shekel inteiro a simbolizar a idéia de que nenhum judeu é completo por si só. Cada judeu complementa o outro.
O mês de Adar é representado pela tribo de Naftali. Quando o mês duplica, Adar II é representado pela tribo de Levi. Estas duas tribos têm muito em comum. Naftali é conhecido pela sua grande velocidade e os levitas, especialmente os kohanim, eram conhecidos por sua rapidez e dedicação ao serviço divino. As tribos de Naftali e Levi estão ligados à qualidade de ser um emissário. Na benção dada por Jacob, Naftali é chamado de gazela emissária, enquanto os levitas serviam de emissários para todo o Povo de Israel no Templo.
É curioso notar que os monstros marinhos, que são animais ligados à água, cantam sobre louvar D’us na terra e não só no mar. Isto está ligado ao conceito de dualidade deste mês e de ser um emissário. Os monstros marinhos pedem para outros louvarem a D’us em lugares onde eles não podem alcançar.
Nesta semana, o Pirkê Avot nos ensina com a lição do Rabi Dostai ben Ianái, que todo aquele que esquece algo de seu estudo da Torá, é considerado como se fosse culpado pela sua vida (Cap. III:8). A cada ano, em Adar, temos um mandamento de lembrar do perverso Amalek. Se não lembrarmos de destruir o mal estamos pondo nossas próprias vidas em perigo.
Outrossim, a combinação das sefirot resulta em chesed shebenetzach, ou seja, bondade na vitória e redenção. Rosh Chodesh Adar marca o início de dois meses de vitória e redenção – netzach – associados a Purim e Pessach. Portanto, celebramos a bondade que nos foi dada por D’us nestes meses aumentando nossa alegria.
A lição que extraímos dos monstros marinhos é a de que não adianta só pensarmos em nós mesmos na hora de louvar a D’us. Temos que pensar naqueles que estão mais distantes e afastados, assim como os monstros marinhos pensam naqueles que estão na terra.

Sunday, July 19, 2009

Semana 23: Ser Feliz Sem Precisar Entender o Porquê Das Coisas


Semana 23: Ser Feliz Sem Precisar Entender o Porquê Das Coisas

E chegamos a vigésima terceira semana quando no Perek Shirá o leviatã pede que rendam graças ao Eterno porque Ele é bom e porque é eterna Sua misericórdia (136:1). Esta semana marca o dia sete de Adar, data do aniversário e também do yahrzeit de Moisés.
O leviatã é uma referência ao próprio Moisés. De modo abrangente, peixe representa tzadik e Moisés é o maior dos tzadikim.[1] O leviatã, o maior dos peixes, e o de relação mais íntima e misteriosa com D’us, louva-O e pede que outros O louvem.
O leviatã representa a idéia de dualidade e relacionamento pois ele foi criado macho e fêmea. Contudo, de modo a obter equilíbrio no mundo, D’us teve que deixar que a fêmea morresse antes que eles se reproduzissem. Apesar desta tragédia, o leviatã ainda canta sobre a bondade divina. O leviatã sabe perfeitamente que tudo que D’us faz é para o bem.
O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Chaniná ben Dossá que diz que todo aquele cujo temor ao pecado é maior que a sua sabedoria, sua sabedoria perdurará; mas todo aquele cuja sabedoria é maior do que seu temor do pecado, sua sabedoria não perdurará (Cap. III:9). Cumpre notar que este ensinamento se relaciona perfeitamente com Moisés que mostrou temor a D’us desde sua primeira interação com Ele. A nossa sabedoria sempre será limitada, então não basta se basear nela para se relacionar propriamente com D’us.
Ademais, Rabi Chaniná também ensina que todo aquele que agrada a humanidade, agrada a D’us; e todo aquele que não agrada a humanidade não agrada a D’us (Cap. III:13). Da mesma forma, esta lição se aplica a Moisés, cujos atos foram agradáveis tanto para o Povo Judeu como para D’us.
Nesta vigésima terceira semana a combinação das sefirot resulta em guevurá shebenetzach, isto é, a disciplina, julgamento e força na vitória e determinação. Como já explicamos, Moisés representa a sefirá de netzach e seu falecimento está conectado com o atributo de guevurá.
Nesta semana, uma lição que extraímos do leviatã é a de que tudo o que D’us faz é para o bem, e que devemos confiar plenamente em Sua bondade.


[1] Shnei Luchot HaBrit

Sunday, July 12, 2009

Semana 24: Viver Acima das Preocupações Mundanas


Semana 24: Viver Acima das Preocupações Mundanas

Na semana vigésima quarta os peixes no Perek Shirá reconhecem como a voz de D’us paira acima das águas, faz trovejar, e está sobre muitas águas (Salmos 29:3). Nesta semana, o Povo de Israel celebra Purim, quando lembramos que D’us está conosco durante todas nossas tribulações, mesmo que às vezes de forma escondida.
A expressão “muitas águas” está também no Cântico dos Cânticos, quando o Rei Salomão escreve que nem muitas águas demoveriam o amor por D’us.[1] Estas águas se referem às dificuldades e turbulências relativas a ganhar o próprio sustento, que por maior que sejam, não podem extinguir o amor de um judeu por D’us.[2]
A canção dos peixes fala da voz de D’us que está “acima das águas,” mas os peixes não estão acima das águas, e sim dentro delas. Para conseguir se aproximar desta voz divina, os peixes também precisam de emissários. O papel do emissário se encontra claramente na história de Purim: Esther é emissária de Mordechai e do Povo Judeu junto ao rei. Purim também dá ênfase a vários tipos diferentes de relacionamento e dualidade. Mordechai e Haman são pólos opostos. Esther e Mordechai se complementam para o bem, enquanto que Haman e o rei Achashverosh se complementavam para o mal.
Rabi Dossá ben Harkinás, ensina no Pirkê Avot que o sono (tarde) pela manhã, o vinho ao meio-dia, o tagarelar das crianças, e sentar-se nos locais de reunião dos ignorantes, arrebatam a pessoa do mundo (Cap. III:10). Todos estes atos são enfatizados em Purim de forma positiva! Uma das mitsvot de Purim é alcançar um nível de consciência além deste mundo, de modo a desconhecer a diferença entre “bendito seja Mordechai” e “maldito seja Haman”. Há duas formas de cumprir isso, dormir tarde ou beber durante o dia. Além disso, o papel das crianças na festa de Purim é fundamental, e é enfatizada a confraternização entre judeus de todos os tipos.
Nessa semana, a combinação das sefirot resulta em tiferet shebenetzach, beleza e equilíbrio na redenção, persistência e determinação. Estas qualidades estão muito ligadas a Esther e Mordechai, e a Purim.
Uma lição que extraímos dos peixes é a de que as preocupações não devem tirar a confiança e a fé do ser humano em D’us. Ou seja, nada é empecilho ao relacionamento humano direto com D’us.


[1]  Cap. 8:7
[2]  Ma’amar “Mayim Rabbim” do Alter Rebbe de Lubavitch

Sunday, July 5, 2009

Semana 25: Ter Auto-Sacrifício para Cumprir a Missão


Semana 25: Ter Auto-Sacrifício para Cumprir a Missão

E chegamos a semana vigésima quinta, ainda no mês de Adar, onde no Perek Shirá o sapo abençoa Seu nome e reinado por toda a eternidade (Talmud, Pesachim 56A). O cântico do sapo é dito todo dia, duas vezes ao dia, pois é parte essencial da reza do Shemá. Esta prece expressa a idéia de aceitarmos por completo com auto-sacrifício a majestade de D’us.
As ações do sapo na introdução do Perek Shirá servem de grande exemplo de como ser um emissário. O Perek Shirá explica que o sapo, por ser anfíbio, consegue fazer o que nenhum outro animal poderia fazer. Ele voluntariamente serve de comida para um animal terrestre que só se alimenta de animais marinhos. Ele é como um emissário numa missão especial de total auto-sacríficio. Na verdade, todos nós temos uma missão especial, que ninguém mais tem a possibilidade de cumprir.
Ensina o Rabi Elazar, o Modahita no Pirkê Avot desta semana que aquele que profana coisas sagradas, degrada as festividades, humilha publicamente a seu próximo, revoga o pacto de nosso pai Abrahão (a circuncisão) e interpreta a Torá em forma contraditória de seu autêntico sentido – mesmo que possua Torá e boas ações, não tem parte no Mundo Vindouro (Cap. III:11).  Nesta semana, já começamos a preparação para Pessach. O Shulchan Aruch, Código de Leis Judaicas, explica que se deve preparar para Pessach trinta dias antes do festival. As palavras do Pirkê Avot estão muito relacionadas a esta festividade.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em netzach shebenetzach, a vitória na vitória. Saímos da vitória e redenção de Adar e Purim, e nos preparamos para os dias de vitória e redenção de Nissan e Pessach.
Uma lição que aprendemos do sapo é que devemos servir a D’us com enorme auto-sacrifício, lembrando quão temporária é nossa permanência na Terra e infinitamente pequenos somos diante da Eternidade Divina.


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