Weekly Cycle



Sunday, June 21, 2009

Semana 27: Se Purificar Para Obter Transformação


Semana 27: Se Purificar Para Obter Transformação

E chegamos à semana vinte e sete, ainda mais próximos de Pessach, quando é a vez da vaca no Perek Shirá solicitar que se ergam canções de júbilo à fortaleza divina, e soem ,alegres, vozes ao D’us de Jacob (Salmo 81:2). Que lindo! Jacob representa o nome mais frágil do Povo de Israel e justo esse cântico reconhece que D’us é nossa completa força.
Esta semana marca o yahrzeit do Quinto Rebbe de Lubavitch, Shalom Dov Ber, o Rebbe Rashab, no segundo dia de Nissan. Ele liderou o movimento em uma época de muita fragilidade sócio-política e grandes desafios para os judeus da Russia.
A vaca representa o exílio espiritual da impureza do Egito, materializado no bezerro de ouro, mas também a purificação ritual. Justo a as cinzas de uma vaca vermelha pura (tmimá) eram usadas para purificação. Cumpre notar que a vaca, assim como o carneiro, são animais kosher, puros e adequados para consumo. O Rebbe Rashab era conhecido por sua total pureza. Foi ele que estabeleceu o sistema escolar Tomchei Tmimim, no qual os alunos são chamados de tmimim, puros.
O Pirkê Avot da semana vinte e sete está nas lições de Rabi Akiva. Interessante, porque é exatamente Rabi Akiva que na Mishná ensina sobre como D’us purifica o Povo de Israel.[1] Outrossim, no Pirkê Avot, Rabi Akiva descreve quão querido é o ser humano, pois foi criado à imagem de D’us. Também descreve quão amado é o Povo de Israel, pois eles são chamados de filhos e a eles foi entregue a Torá. A porção do Rabi Akiva no Pirkê Avot inclui vários outros ensinamentos fundamentais e profundos, que servem como base intelectual da religião judaica. Paralelamente, os ensinamentos do Rebbe Rashab servem como base intelectual da filosofia Chabad. Rabi Akiva termina seu comentário no Pirkê Avot afirmando que tudo está preparado para o banquete. Em Nissan, tudo está preparado para o banquete de Pessach.
Ninguém melhor que Rabi Akiva para ensinar em Nissan, mês de humildade, milagres e redenção. Este rabino começou a estudar Torá com quarenta anos de idade e literalmente se sentava junto com crianças. E vejam o resultado: Rabi Akiva é um dos maiores sábios da Torá de todos os tempos. Seu nome, Akiva, tem a mesma raiz do nome Jacob, e também é uma expressão de fragilidade e humildade.
            Nesta semana a combinação das sefirot resulta em yesod shebenetzach, isto é, base sólida onde prepondera a resistência, determinação e redenção. Esta talvez seja a maior função do sistema educacional judaico no exílio. Uma lição que tomamos da vaca é de que em todo nosso trabalho espiritual nossa força sempre vem de D’us. A vaca canta sobre Jacob, que somente com perseverança e fé conseguiu se transformar em Israel. Cada um de nós também passa por transformações, e neste processo D’us está conosco todo o tempo.


[1] Yomá 8:9

Sunday, June 14, 2009

Semana 28: Reconhecer Limitações para Delas Se Libertar

Semana 28: Reconhecer Limitações para Delas Se Libertar

Nesta semana, marcada pelo primeiro dia de Pessach, no Perek Shirá o porco e o coelho afirmam que o Eterno faz o bem aos justos e retos de coração (Salmo 125:4). Acrescentem-se duas datas importantes: dia treze de Nissan, o yahrzeit do Terceiro Rebbe de Lubavitch, Menachem Mendel; e, dia onze, o nascimento do Sétimo Rebbe, o Rebbe, que leva o mesmo nome em sua homenagem. O Terceiro Rebbe era chamado de Tzemach Tzedek que é o título de uma de suas obras principais – “ramo justo”, uma referência a Mashiach.
O porco é considerado um hipócrita pois ele tem as características externas de um animal kasher, já que seu casco é fendido, mas internamente, seus intestinos não são. A situação do coelho é exatamente oposta a do porco. Este animal não tem o casco fendido, mas seus intestinos são de um animal kasher. Neste sentido, o coelho já é “reto de coração”, mas seus atos e características externas não são “justos.”
Além do porco e camelo (animal da semana trinta), o hyrax e a lebre são os únicos dois animais explicitamente mencionados na Torá como sendo não-kasher pelas razões já mencionadas.  Estes animais são da família do coelho. O Midrash em Vaikra Rabá explica que o hyrax representa o exílio persa, enquanto que a lebre o exílio grego. Já o porco representa o exílio de Esaú (Roma) e de seus descendentes – nosso exílio atual. O cântico destes animais nos faz refletir sobre a redenção final, quando o porco e o coelho serão animais kasher.
O Tzemach Tzedek e o Rebbe representam a qualidade principal de Pessach: redenção. Semelhante aos animais acima, a redenção tem dois aspectos: a parte interna (intelectual e emocional) e a externa (material e física). Em relação ao lado interno, tanto o Tzemach Tzedek quanto o Rebbe introduziram conceitos chassídicos importantíssimos e conseguiram publicar e difundir obras de Rebbes anteriores. Paralelamente, em relação ao lado externo, o Tzemach Tzedek estabeleceu assentamentos agrícolas que salvaram muitos judeus da miséria, além de resgatar milhares de crianças forçadas a se alistar ao exército russo. Por sua vez, o Rebbe estabeleceu centros judaicos pelo mundo inteiro e ajudou a salvar os milhares de judeus presos na “cortina de ferro” da União Soviética.
Rabi Elazar ben Azariá nos ensina no Pirkê Avot desta semana que sem Torá não há conduta social adequada; e se não há conduta social adequada, não há Torá... Se não há farinha, não há Torá; e se não há Torá, não há farinha. A farinha é uma referência ao sustento, à matsá e ao costume de providenciar o trigo para os pobres em Pessach. Rabi Elazar mostra que é necessário unir o lado interno com o externo, as preocupações espirituais com as físicas.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebenetzach, quando, no Seder de Pessach, vivenciamos a experiência de vitória, humildade e redenção dentro do mundo físico. Netzach é a quarta sefirá, conectada com Moisés e o Seder é baseado neste número, como os quatro copos de vinho e os quatro filhos. Através do porco e do coelho aprendemos a aspirar uma vida mais meritória.

Sunday, June 7, 2009

Semana 29: Depois da Inspiração Inicial, “Botar as Mãos na Massa”


Semana 29: Depois da Inspiração Inicial, “Botar as Mãos na Massa”

E vamos para a vigésima nona semana, a semana de Pessach, quando no Perek Shirá o animal de carga afirma que aquele cujo sustento vem do trabalho das próprias mãos, feliz será e tudo correrá bem (Salmo 128:2). Em Pessach, sentimos as bençãos e redenção de D’us. No entanto, a partir do segundo dia desta festa, o Povo Judeu já começa a contar o ômer e cada qual trabalha em seu auto-aprimoramento. Desta forma, quando Shavuot chegar, mereceremos ter recebido a Torá também por esforços próprios.
O animal desta semana está associado a Ismael e seus descendentes, e ao exílio do Povo de Israel nas suas terras. Este filho de Abrahão era conhecido pela grande capacidade de rezar, e confiar plenamente na redenção e nas bençãos de D’us.[1] De fato, Ismael recebeu grandes bençãos, mas parte das bençãos também mostra um lado dele ainda a ser aprimorado. O anjo diz à sua mãe que “a mão [de Ismael] estará em todos.” Antes do final de sua vida, Ismael se arrepende de suas ações, faz teshuvá (retorna a D’us), e tem um bom relacionamento com Isaac.[2] Na era messiânica, os descendentes de Isaac e de Ismael também irão conviver em paz.
No último dia de Pessach, é usual nos círculos chassídicos fazer uma refeição denominada Moshiach Seuda, em homenagem a Mashiach e ao mundo vindouro. O verso do animal de carga está exatamente relacionado com a era messiânica. Nossos sábios o interpretam afirmando que aquele cujo sustento vem do trabalho das próprias mãos, “feliz será” - neste mundo – “e tudo correrá bem” – no mundo vindouro.[3]
No Pirkê Avot desta semana, Rabi Elazar ben Hismá explica que as leis relativas a certos sacrifícios animais e à pureza familiar são essenciais, sendo que a astronomia e a numerologia são condimentos para sabedoria (Cap. III:18).  Em Pessach não comemos chametz, ou seja, qualquer comida fermentada baseada em grãos e água. Espiritualmente, isto significa que deixamos de lado tudo que infla e mascara a nossa essência e relacionamento com D’us e com o próximo. As duas leis mencionadas por Rabi Elazar são fundamentais para o relacionamento entre marido e mulher e entre D’us e o Povo Judeu. Nos dias atuais, como não podemos trazer(ou fazer?) sacrifícios, fazemos a substituição por preces e através do estudo.
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em chesed shebehod, quando nos esforçamos para sentir as bençãos recebidas durante  Pessach. Aprendemos do animal de carga que  não devemos esperar que nosso desenvolvimento venha “de  mão beijada”. Por conseguinte, temos que trabalhar para alcançar esta elevação espiritual.


[1] Gênesis 21:10, 48:22, Targum
[2] Gênesis 25:9, Rashi
[3] Maimônides, Mishna Torá, Hilchot Talmud Torá, Cap. 3:5

Sunday, May 31, 2009

Semana 30: Saber que o Mundo Precisa de Mais Amor e Respeito


Semana 30: Saber que o Mundo Precisa de Mais Amor e Respeito

Na trigésima semana, quando ocorre o yahrzeit de Yehoshua e Yom HaShoá, é a vez do camelo no Perek Shirá atestar que do alto ruge o Eterno e faz ouvir Sua voz por causa de Sua santa Habitação (Jeremias 25:30). A canção do camelo conta de como D’us lamenta a destruição do Templo. O povo terá que sobreviver por um longo período sem esta fonte básica, tal qual um camelo sobrevive quando não tem água para beber. Nissan é o mês da redenção, tanto do Egito, como da redenção futura. Tal qual em Pessach, quando deixamos um ovo no prato de Seder como símbolo de luto para lembrarmos da destruição de Templo, o camelo vem para lembrar que a redenção final não chegou.
Como explica o mesmo Midrash mencionado na semana vinte e oito, o camelo representa o exílio da Babilônia, quando o Primeiro Templo foi destruído. Além disso, o camelo é uma referência a Ismael.[1] Terminamos o mês de Nissan vivenciando a libertação de todos os exílios que o Povo de Israel já sofreu, esperando de forma redobrada sair do nosso exílio atual.
No Pirkê Avot desta semana Ben Zomá nos ensina: “Quem é sábio? Aquele que aprende de cada pessoa... Quem é forte? Aquele que conquista a sua má inclinação... Quem é rico? Aquele que está contente com sua porção [sorte]. (Cap. IV:1). Estas três qualidades estão ligadas a Yehoshua, cuja sabedoria representava os pensamentos de cada judeu,[2] além de ter liderado o povo na conquista da Terra de Israel,são partilhadas suas porções entre as tribos.
Este ensinamento está relacionado aos eventos trágicos ligados à contagem do ômer, que continua durante esta semana. A morte dos 24,000 discípulos do Rabi Akiva foi causada pela dificuldade que tiveram em respeitar e aprender das diferentes interpretações de cada colega de estudo de Torá.
A destruição do Segundo Templo e o exílio no qual nos encontramos até os dias de hoje, foram causados por  ódio gratuito. Sairemos finalmente deste exílio através de amor gratuito por cada indivíduo.
Nesta semana a combinação das sefirot do ano resulta em guevurá shebehod. A contagem do ômer, especialmente depois que termina Pessach e o mês de Nissan, é um período de luto, potencialmente difícil, que requer força e disciplina para dominarmos a má inclinação.
A lição de auto-aprimoramento que extraímos do camelo é a de que precisamos lembrar sempre da nossa missão: criar uma moradia para D’us neste mundo material, começando por criar um espaço sagrado para Ele dentro de nós.



[1] Talmud, Berachot 56b; Midrash Asseret Melachim; Midrash Pitron Torah
[2] Tanya, introdução

Sunday, May 24, 2009

Semana 31: Ter Orgulho da Nossa Humilde Ligação com D’us


Semana 31: Ter Orgulho da Nossa Humilde Ligação com D’us

A  trigésima primeira semana inclui Rosh Chodesh Iyar, o Dia da Lembrança dos Soldados Mortos de Israel e das Vítimas do Terrorismo, e Yom Ha’Atsmaút, data que se comemora a vitória milagrosa de Israel na guerra de independência. Nesta semana, o cavalo no Perek Shirá canta sobre que assim como se fixam os olhos dos servos na mão de seus senhores e os da serva nas de sua senhora, voltam-se nossos olhos para o Eterno, nosso D’us, e Nele permanecerão fixos até que de nós Se compadeça (Salmo 123:2).
O mês de Iyar é representado pela tribo de Issachar. Issachar é descrito como “o jumento de ossos fortes”, que aceita sobre si a carga da Torá. Como mencionado, este mês também é conhecido como um mês de healing, pois é formado pelas letras que simbolizam o verso, “Eu sou D’us seu Curador”.
            A ligação do animal dessa semana com o Dia da Lembrança e Yom Ha’Atsmaút é clara. O cavalo é símbolo de guerra. Para ilustrar, veja-se a Canção do Mar, que fala de quando o Faraó veio a cavalo atacar o Povo Judeu, bem como os últimos capítulos do Livro de Jó.
Contudo, o cavalo, apesar de representar a força, canta  constantemente à procura da misericórdia de D’us. E assim como o verso do cavalo, esperamos e sofremos muito para D’us nos favorecer de modo a que possamos  morar em nossa Terra Sagrada novamente. De forma similar, este verso se refere  àquele que está doente ou ferido, que reza e espera para que D’us o cure.
Ensina Ben Azai no Pirkê Avot que sejamos rápidos para executar uma mitsvá “fácil”, e fujamos da transgressão. Pois, uma mitsvá atrai outra mitsvá, e uma transgressão atrai outra. A recompensa de uma mitsvá é uma mitsvá, e a consequência de uma transgressão é outra transgressão (Cap. IV-2). Assim como uma mitsvá leva a outra, a cura física e espiritual normalmente vem aos poucos, como a própria contagem do ômer.
Ben Azai também dizia para não desdenharmos a ninguém, e não rejeitarmos nada, pois não há ninguém que não tenha a sua hora, e não há coisa que não tenha o seu lugar (Capítulo IV:3). A ligação com o dia de Yom Ha’Atsmaút é parecida com a do verso do cavalo: finalmente tivemos a nossa hora!
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em tiferet shebehod, com a qual com paciência e equilíbrio, degrau por degrau, iremos subir na escalada da aproximação e serviço a D’us. Para tanto, devemos mirar no exemplo do cavalo pois nada mais somos do que servos da vontade divina.
Portanto, esta é a grande lição de auto aprimoramento: termos orgulho da nossa humilde ligação com D’us e sabermos que a jornada até Ele pode ser lenta, mas é segura.

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